Pixelizar vem de pixel, logo uma imagem pixelada é aquela com aparência de velhas tecnologias como videogames e computadores antigos. Como os recursos técnicos eram limitados, os objetos precisavam ser desenhados em grades de pixel reduzidas, e acabavam evidentes os pontos (quadrados, na verdade) que os formam.
Se por uma lado a limitação era ruim, hoje as imagens “quadradinhas” são lembradas como parte de uma era da tecnologia, e com grande nostalgia por fãs de jogos eletrônicos. Desenhar com poucos pixels é um desafio, mas pode gerar belos resultados.
A pixel art é a expressão desse estilo, já publiquei algumas coisas aqui no Tutoriart, mas como você deve ter visto, é trabalhoso criar grandes artes; por tudo ser feito pixel a pixel, leva muito tempo e requer paciência.
Tem um método simples pra obter visuais estilizados, usando qualquer imagem, um pouco de Photoshop (se precisar isolar elementos) e uma ferramenta do Illustrator. É fácil, mas claro que o resultado não é tão “cirúrgico” como o tradicional. Pode servir a alguns propósitos e também para criar bases que recebam edição posterior. Veja como funciona.
Vamos pegar como “cobaia” essa foto:
Se a imagem que for usar tiver fundo e precisar ser isolada, use a ferramenta Caneta, do Photoshop, para criar uma seleção e depois recortar o objeto. Não precisa ser nada muito preciso, já que ao pixelizar todos os detalhes serão reduzidos a quadrados. Vamos ver isso no próximo exemplo, com o carro.
Abra o Illustrator, crie um novo documento e cole o objeto recortado (nesse primeiro caso, a imagem toda. Clique sobre o objeto com a ferramenta Seleção (V), e siga ao menu Objeto > Criar mosaico de objetos. O mosaico será formado pela quantidade de blocos indicado pelo usuário, numa grade similar à grade de pixels.
Em “Número de blocos gráficos” você define a quantidade que vai formar o mosaico. Quanto mais blocos, mais tempo leva para o software concluir a tarefa e melhor será a qualidade da imagem. É como no quadro de pixels: quanto mais tem, melhor a resolução.
Assim, se quiser uma imagem de resolução muito baixa, pode tentar algo como 64 blocos de largura. Recomendo que após definir a largura ou altura, clique no botão “Usar razão”, assim a outra medida será preenchida automaticamente mantendo a proporção de blocos.
Veja a imagem editada em três ajustes de blocos: o primeiro com 64 x 47, o segundo com 128 x 94 e o terceiro com 256 x 188. Essa última em especial demorou bem aqui, numa imagem de 960 x 720. Em máquinas antigas é bem provável que trave!
Nota: se marcar a caixa “Excluir rasterização”, a imagem base será excluída ao concluir do processo, deixando só os blocos formados.



O ideal é fazer testes com mais ou menos blocos, já que suas imagens vão variar de tamanho, o que muda o efeito.
Agora com um objeto: vamos isolar o veículo do fundo no Photoshop e abrir no Illustrator.


Leia também → criando demarcadores e seleções com a ferramenta Caneta.
Repita o procedimento mostrado antes para criar os blocos no Illustrator. Você vai notar linhas brancas passando toda a imagem, mas não se preocupe com elas, são vistas só no Illustrator e ao exportar a imagem para JPG ou PNG, não aparecem.
Para eliminar blocos indesejados ou inúteis, como os brancos, clique com o botão direito sobre o grupo e selecione Desagrupar. Clique então com a ferramenta Mover sobre um dos blocos brancos e siga ao menu Selecionar > Mesmo(a) > Cor do preenchimento. Agora todos os blocos brancos estão selecionados. É só excluir com a tecla Delete.
Você pode continuar refinando sua imagem selecionando pixels indesejados e os excluindo, ou mudando cores, etc. Ou seja: pode colocar em prática o “velho” método de pixel art.
Com criatividade, você pode criar artes bacanas, composições de gráficos antigos com fotos pixeladas, etc. Tente.
1 Comment
Buenas!! Fantástico!! Era esta explicação que eu precisava!
Obrigado e um abraço!
Jorge